Boas Festas com o “molho do barão de jabuticaba com café”. Este eu “assino” embaixo!

A cidade de Sabará que sempre guardou preciosidades arquitetônicas e históricas vem nos surpreendendo com a sua gastronomia que tem como carro-chefe os derivados da jabuticaba -, fruta que tem sido considerada o “ouro negro” da cidade.

Graças ao seu cultivo com abundante produção e colheita, um grupo de mulheres que começou pequeno e hoje somam quase 30, em esforço conjunto, fundaram a Associação das Produtoras de Derivados de Jabuticaba (ASPRODEJAS) e muito têm-se esmerado na criação de produtos com a fruta que envolvem cascas, polpas e até as sementes.

A proximidade com Belo Horizonte e parceria com o intercâmbio de conhecimento e conexão com profissionais, estudantes e professores da Gastronomia da capital, muito colaborou para este feito, e, em cada evento culinário da cidade, podemos ver a evolução desta cozinha local com os insumos regionais que além da jabuticaba, têm ainda o ora-pro-nobis e a produção de banana no distrito de Ravena. Os festivais são excelentes opções de lazer para visitantes e comunidades locais e o da jabuticaba que está na sua 34ª edição é o principal deles com a “Cozinha Show”, onde chefs renomados da gastronomia mineira apresentam pratos inovadores e inspiram as produtoras a criarem produtos inéditos para o concurso que estimula e objetiva a mostra de talentos destas mestras, que a cada ano se superam, sobretudo nesta 34ª edição que será 100% virtual para adequar às demandas da pandemia da Covid 19.

Para se ter uma ideia desta evolução, o festival da Jabuticaba contou com mais de 120 mil pessoas na sua última edição. A iniciativa tem como foco trabalhar e evidenciar a cultura alimentar, as tradições e desenvolver o turismo através de experiências gastronômicas, consolidando a cidade como atrativa também neste segmento. Sabará faz questão de preservar suas tradições, como as festas religiosas e folclóricas, ancoradas pela diversidade cultural e gastronômica. Pode-se dizer que a jabuticaba não é somente a fruta procurada para degustação “in natura”, mas sim, ela está presente no cardápio sabarense o ano inteiro, seja como molho, geleia, sorvete, mostarda, balas, chutney, farinha, passas ou até como barrinha de cereais. É um alimento abençoado que mistura sabores, cores e texturas e instiga os saberes dos mais experts na cozinha.

É uma fruta que se reinventa nas mãos habilidosas das mestras locais, atraindo turistas, gastrônomos, pesquisadores e curiosos que visitam a cidade na busca destas iguarias e do lazer sossegado e acolhedor, com gente hospitaleira e simpática que desde o ciclo da mineração no século XVIII abriga em seu acervo gastronômico e cultural o doce e precioso “ouro negro” de Sabará.